quarta-feira, 21 de março de 2018

COM O QUE RESTA DE NADA

COM O QUE RESTA DO NADA

(com o resto de tinta de um aparo de caneta de tinta permanente, já depois de lavado e passado várias vezes por água, o dito aparo insistia em riscar, de tinta preta, a folha de papel... E, em vez de estar a riscar uma folha de papel, lembrei-me de escrever qualquer coisa!)

Com o que resta do nada
Desta caneta de tinta
'Inda escrevo uma quadra
Cheia de ritmo e de pinta

Acho mesmo que dá pr'a duas
As quadras para escrever
É como o mês com as luas
Uma lua a morrer,
E outra lua a nascer

Pelo andar da carruagem,
Ainda escrevo terceira
Não chego ao fim da viagem
desta tinta derradeira.

Uma quarta, vai a caminho
Na ponta desta caneta
E, se a usar devagarinho
A tinta ainda sai preta.

Ora, quatro já lá vão
E já vou a entrar na quinta
Isto está uma animação
Até que a caneta consinta.

E a sexta a sair
Nesta corrida sem fim
Já não sei mais que parir,
Ai de mim, ai de mim...

Acho que vou terminar
Dar por finda esta matéria
Tudo tem um acabar,
Até mesmo esta pilhéria!

(E acabou mesmo, a tinta do aparo!)

DIA DO PAI

O DIA DO PAI!

O meu filho André manifestou-me a sua satisfação por hoje ser o dia do PAI com estas palavras escritas no Mesenger:

"Feliz dia do Pai!
Amo-te. És um exemplo, um orgulho, um professor, um grande apoio, um amigo. És o meu pai."



Foi uma boa, ou a melhor, maneira de começar o dia.
Tenho pena de Hoje não poder dizer a mesma coisa ao MEU PAI.

Ele que, se fosse vivo, teria festejado os 100 anos no passado dia 13! E, não foi por ele não estar connosco que não deixámos de comemorar a passagem do seu centésimo aniversário... sem bolo, sem espumante, sem velas, mas com a melhor expressão da saudade que, ELE, todos os dias nos deixa... lembrámos o seu sorriso, as suas quadras, os textos que ia deixando aos filhos, os seus escritos, o seu amor imenso pela minha Mãe, que na agonia do seu viver, se associou às recordações, às memórias e deixou escorrer uma lágrima à saudade que sente por ele.

De qualquer modo, sem a presença física, mas com a lembrança bem viva recordo e festejo este dia com alegria por tudo o que o meu Pai nos soube transmitir, pela sua maneira de viver, pelo seu exemplo, pelo seu entusiasmo, pela sua bonomia, pelo sorriso, pela boa disposição, pela forma como tratava, bem, as pessoas, pela dedicação aos filhos mas, sobretudo, pelo amor imenso que tinha pela nossa Mãe!

Lá, onde estiveres, PAI, recebe o nosso beijo, meu e das minhas irmãs e também da MÃE que todos os dias pensa e fala de ti!

E, lá de cima, vai deitando o olho a ver se tudo está bem!

Beijos, meu PAI!

terça-feira, 13 de março de 2018

VARRER DEBAIXO DO TAPETE

 
 
VARRER PARA DEBAIXO DO TAPETE
Hoje, ó Facebook, estou a pensar naquelas empregadas que, para não se maçarem, varrem a sujeira para debaixo do tapete. Vão varrendo, mal, e no final, em vez de irem buscar a pá do lixo e o deitarem no caixote, pura e simplesmente, varrem tudo para debaixo do tapete dando a ilusão que está tudo limpo, bem arrumado e a brilhar... O pior é a porcaria que fica debaixo do tapete, escondida dos olhos dos outros, iludindo quem lhe paga o ordenado...
É que hoje, ao ler as notícias dos jornais, fiquei com essa sensação... a de que me estão a enganar, a pôr tudo bonito, sem poeira, a brilhar... como o caso de que mais de 60% da nossa via férrea está classificada como medíocre ou muito má, ou o do secretário-geral do PSD que pôs no seu currículum vitae que era professor convidado da Universidade de Berkley quando, afinal nunca por lá passou e a própria Universidade já negou, ou a situação do SNS que está a rebentar pelas costuras - são as urgências que não funcionam, são os serviços que não têm médicos especialistas, são os Directores de Serviço que se demitem porque não têm condições mínimas aceitáveis para trabalhar, são as dívidas aos fornecedores, e muitos mais etc... - e o Governo a encher o ar de fogos de artifício, de muitas festas e imensos êxitos quando tudo é fátuo, mentido, aldrabado, camuflado, disfarçado, baseado em estatísticas manipuladas e duvidosas... é a dívida pública, que aumenta assustadoramente...
Estaria aqui a manhã toda a encher o chão do tapete com todo o lixo para tentar enganar o povo que paga os governantes, que paga os políticos, que paga os serviços públicos... O problema é que, com tanto lixo, o tapete começa a ficar com altos e torna impossível o pisar por cima...
É pena que não olhem atentamente, no dia a dia, para o lixo e a porcaria que a "empregada" nos anda a esconder...
No final, quando voltar a haver eleições, volta tudo a repetir-se: despede-se a "empregada" e contrata-se outra que, se não nos precavermos, ela começa, a pouco e pouco a meter o lixo debaixo do tapete...